(Atualizado em 13 Agosto 2020)
Parte 1 – Introdução
Parte 2 – O que é investir?
Parte 3 – Conceito de Capitalização
Parte 4 – Conheça a sua personalidade como investidor
Parte 5 – Prepare-se para contradições
Parte 6 – Tipos de investimento
Parte 7 – Portefólio e diversificação
Parte 8 – Conclusão
Um facto importante acerca do investimento é que não há leis indiscutíveis, nem há uma maneira correta de avançar para um. Além disso, dentro da vasta gama de diferentes estilos e estratégias de investimento, duas abordagens opostas podem ser bem-sucedidas, ao mesmo tempo.
Uma explicação para o aparecimento de contradições no investimento é que a economia e as finanças são ciências sociais. Numa ciência pura, como a física ou a química, existem medidas precisas e leis bem definidas que podem ser replicadas e demonstradas ao serem repetidas vezes sem conta em experiências. Numa ciência social, é impossível “provar” qualquer coisa. As pessoas podem desenvolver teorias e modelos de como a economia funciona, mas eles não podem colocar uma economia num laboratório e realizar experiências.
Na realidade, os seres humanos, o principal sujeito do estudo das ciências sociais, não é de todo confiável e é muito imprevisível já por natureza. Assim, como é difícil para um psicólogo prever com 100% de certeza como uma única mente humana reagirá a uma circunstância particular, é difícil para um analista financeiro prever com 100% de certeza como o mercado (um grande grupo de humanos) irá reagir a certas notícias sobre uma empresa. Os seres humanos são emocionais, e tanto quanto gostaríamos de pensar que somos racionais, muitas vezes as nossas ações provam o contrário.
Economistas, académicos, analistas, gestores de fundos e investidores individuais, muitas vezes têm teorias diferentes e até conflituantes sobre o porquê do mercado funcionar de certa maneira. Tenha em mente que essas teorias são realmente nada mais do que “teorias”. Algumas teorias podem mais elaboradas do que outras, mas no final, ainda são apenas teorias.
Tomemos o seguinte exemplo de como as contradições se desenvolvem nos mercados:
Sally acredita que a chave para investir é comprar pequenas empresas que estão preparadas para crescer a taxas extremamente elevadas. A Sally está, portanto, sempre atenta à tecnologia mais recente e de ponta, e normalmente investe em empresas de tecnologia e biotecnologia, que às vezes nem sequer estão a obter lucros. Sally não se importa, uma vez que essas empresas têm um enorme potencial.
Já John não está preparado para investir o seu dinheiro, que ganhou através de trabalho duro, em algo que ainda não deu provas concretas. Ele gosta de ver empresas que têm um histórico sólido e acredita que a chave para investir é comprar boas empresas que estão a ser vendidas a preços “baratos”, ou seja, abaixo do seu valor intrínseco. O investimento ideal para o John consiste numa empresa madura que paga um grande dividendo, que ele sente que tem alta qualidade de gestão e que continuará a entregar excelentes retornos aos acionistas ano após ano.
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Então, qual investidor é superior?
A resposta é nenhum. Sally e John têm estratégias de investimento totalmente diferentes, mas não há nenhuma razão para que qualquer um deles não possa ser bem-sucedido. Há muitas empresas estáveis lá fora para John, assim como sempre há empresários a criar novas empresas que atraem Sally. As abordagens aqui descritas são duas das estratégias de investimento mais comuns. Desta forma, a Sally é uma investidora que aposta no crescimento e John é um investidor que transaciona os títulos em função da comparação entre a cotação atual e o seu valor intrínseco.
Embora estas teorias pareçam ser contraditórias, cada estratégia tem os seus méritos e pode ter aspetos que são adequados para certos investidores. O objetivo é que consiga informar-se o suficiente para entender e analisar o que você observa. Para que, possa então decidir quais as teorias que melhor se encaixam com a sua personalidade como investidor.